CNH sem autoescola é oficial: medida de justiça social
Agora é oficial! O Presidente Lula sancionou, nesta terça-feira (9), a nova legislação que permite a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem a necessidade de frequentar autoescolas. Em seu discurso, Lula destacou que essa mudança é, acima de tudo, uma questão de justiça social.
Criticando os elevados custos do modelo antigo, que chegavam a valores exorbitantes de até R$ 5 mil em alguns estados, o presidente destacou as dificuldades enfrentadas pela população de baixa renda. “Quem é que tem R$ 4 mil? O povo não tem emenda parlamentar. A competição é sempre essa: comer ou fazer o que tem que fazer. E a opção é sempre a mesma: comer”, afirmou Lula.
Novo formato da CNH: acesso digital e economia
Com a nova regra, a exigência de frequentar os Centros de Formação de Condutores (CFCs) foi removida. Contudo, as provas teóricas e práticas ainda serão aplicadas rigorosamente pelos Detrans.
A inovação tecnológica também faz parte dessa reformulação. A partir de agora, a abertura do processo de habilitação poderá ser realizada de forma digital, por intermédio do site oficial do Ministério dos Transportes ou pelo aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT).
Números da mudança: impacto esperado
A expectativa do Ministério dos Transportes é que cerca de 100 milhões de brasileiros sejam beneficiados por essa medida — muitos dos quais já dirigem sem habilitação ou estavam à espera dessa oportunidade. Segundo Renan Filho, ministro dos Transportes, a demanda estava reprimida devido aos altos custos anteriores. “Todo mundo estava esperando pelo barateamento”, comentou.
Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revelam que atualmente existem 20 milhões de brasileiros dirigindo sem documento, além de 30 milhões que nunca tiraram a CNH por falta de condições financeiras.
Desafios e a segurança no trânsito
Embora a carga horária obrigatória de aulas tenha sido reduzida, as provas práticas e teóricas se mantêm como exigências essenciais para garantir a aptidão dos futuros condutores. Também permanecem os exames médicos e a coleta de biometria que continuam a ser realizados de maneira presencial.
Essa mudança gera expectativas sobre o impacto no trânsito, questionando se a liberação do ensino fora da autoescola realmente facilitará a vida do povo ou poderá aumentar os riscos para a segurança nas ruas.
Em suma, a adoção de uma CNH sem autoescola promete um acesso mais gasto para muitos brasileiros, mas sua eficácia e segurança devem ser acompanhadas de perto pelas autoridades e pela sociedade.
