Desafios tecnológicos e operacionais no mercado chinês
A Ford enfrenta atualmente uma situação delicada na China, um dos maiores mercados automotivos do mundo. A montadora americana está sob pressão devido a uma ação coletiva movida por mais de 360 proprietários do sedan Mondeo, produzido entre 2022 e 2025. Os clientes relatam falhas graves no sistema de infoentretenimento, como travamentos frequentes e problemas na navegação. Esse cenário é agravado pela impossibilidade de atualizações, atribuído ao uso do desatualizado chip Qualcomm 820A.
Impacto nas vendas e imagem da marca
A situação se complica ainda mais com a crítica ao design do recém-lançado Ford Bronco PHEV, que tem sido descrito como semelhante a um modelo concorrente nacional. O descontentamento dos consumidores é ainda intensificado pelo fato de que recursos promocionais desejados são, na verdade, opcionais pagos. Esses problemas contribuem para uma redução significativa nas vendas da Ford na China, que em 2024 registraram apenas 442 mil unidades, uma queda expressiva em comparação ao pico de 1,27 milhão de veículos em 2016.
Resposta corporativa e reestruturação
Em resposta aos desafios, a Ford está trabalhando para reestruturar suas operações na China. A empresa criou a Ford Sales and Services Company com o objetivo de unificar marketing e serviços e mitigar conflitos entre suas joint ventures (Changan Ford e JMC Ford). No entanto, as metas de recuperação permanecem obscuras, especialmente devido à falta de sucesso notável em veículos de novas energias, um segmento crucial para o futuro da indústria.
Preocupações com a segurança e perspectivas de mercado
Os relatos de falhas no sistema na estrada levantam sérias preocupações de segurança, afetando potencialmente a confiança do consumidor na marca. Um proprietário relatou uma pane total do sistema em plena rodovia, evidenciando riscos que transcendem simples inconveniências. Estas falhas não só ameaçam a imagem global da Ford mas também sinalizam desafios significativos para manter a competitividade no competitivo mercado automotivo chinês.
O presidente e CEO da Ford China, Wu Shengbo, reconheceu a gravidade da situação. Destacou que a empresa passou de uma fase de emergência para uma ‘UTI’, refletindo os sete trimestres consecutivos de prejuízo registrados entre 2017 e 2023. O caminho para a recuperação é incerto, mas a Ford está se esforçando para superar essa fase crítica.




