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Lecar e os Desafios da Promessa de Ser a ‘Tesla Brasileira’: Maquetes, Atrasos e Tecnologia

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Com maquetes de isopor e atrasos na produção, a Lecar encara desafios para se firmar como a ‘Tesla Brasileira’.

No coração do recente Salão do Automóvel, a empresa inovadora Lecar chamou atenção pela sua abordagem ousada e um tanto controversa. Sob a liderança do empresário Flávio Figueiredo Assis, que se autointitula como o ‘Elon Musk brasileiro’, a marca foi criticada por revelar seus novos veículos através de maquetes em tamanho real, feitas de isopor e outros materiais simples.

Expectativas Elevadas e Dúvidas

A Lecar apresentou três modelos: a picape Campo, o sedã 459 e o SUV Tático, que promete ser um ‘Troller melhorado’ com tecnologia híbrida flex e tração 4×4. Apesar das promessas ambiciosas, a realidade no estande era de maquetes detalhadas mas incompletas, provocando ceticismo entre analistas e potenciais consumidores. Com faróis de fita e estrutura visivelmente improvisada, essas representações levantaram questões sobre a viabilidade e o tempo de lançamento dos veículos.

Atrasos na Produção e Questões Legais

A expectativa inicial da empresa era de começar a produção em agosto de 2026, mas Flávio Assis anunciou um adiamento de um ano devido a ‘exigências técnicas e legais’. Mesmo sem ter um carro funcional, a Lecar iniciou a pré-venda com contratos de parcelas mensais acima de R$ 2.000, uma estratégia que requer muita confiança dos consumidores em um mercado tão competitivo e cético.

Plano de Infraestrutura e Estratégias de Venda

Com um investimento estimado em R$ 870 milhões, a Lecar planeja construir uma fábrica de 90.000 m² em Sooretama, no Espírito Santo. A produção é projetada para alcançar 120 mil unidades anuais, gerando cerca de 1.300 empregos. No entanto, esse investimento é modesto comparado aos valores bilionários de concorrentes como a BYD. A estratégia de vendas inclui parcerias com 150 revendas de carros seminovos e inauguração de cinco grupos de concessionárias em 2025.

Tecnologia Híbrida e Sustentabilidade

Os modelos sedã 459 e picape Campo usarão a tecnologia EREV (Veículo Elétrico de Autonomia Estendida), combinando um motor 1.0 turbo flex – o mesmo presente em modelos como Renault Kardian e Nissan Kicks – que serve como gerador para alimentar baterias de 18,4 kWh. Este enfoque oferece um potencial sustentável, mas a execução prática deste conceito é essencial para concretizar as promessas ecológicas e de eficiência.

A ambição da Lecar de se tornar a ‘Tesla Brasileira’ enfrenta muitos desafios, desde a execução prática de seus conceitos tecnológicos até a confiança do consumidor em pré-vendas baseadas em maquetes. Com a produção ainda a ser concretizada e um cronograma de desenvolvimento em atraso, o futuro da Lecar dependerá muito de sua capacidade de converter suas ideias em realidade tangível e viável.

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